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domingo, 13 de novembro de 2022

Dizimo é Obrigatório? Parte I

 

A contribuição em 1Corintios 16:1/2

 

Trata-se de uma “coleta para os santos” da igreja em Jerusalém, que era a igreja-mãe. Ao que tudo indica, devido à perseguição, os novos convertidos estavam sendo expulsos de seus trabalhos e até mesmo de suas casas por conta de sua nova fé. Isso gerou grande pobreza naquela igreja. Diante de tal situação, o apóstolo Paulo pede que os coríntios participem dessa nobre causa: auxiliar materialmente a igreja de onde saíram àqueles que os auxiliaram espiritualmente.

Aparentemente, o modo que Paulo está administrando a situação parece demonstrar que não há precedentes, pois ele diz que está querendo “evitar que alguém nos critique quanto ao nosso modo de administrar essa generosa oferta, pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens” (2 Coríntios 8.20,21). Se “o modo de administrar” fosse o padrão – dizimando – não haveria necessidade de Paulo pontuar o que fazia, coletando ofertas estrangeiras para cristãos necessitados na Judeia.

Sobre essa coleta:

Esta é a primeira menção dela em seus escritos existentes, mas lemos sobre ela também em Romanos 15.26; 2 Coríntios 8; 2 Coríntios 9, Atos 24.17. Aqui ele fala simplesmente que a coleta é para os santos, mas outras referências (ex: v.3) esclarecem que é para os pobres de Jerusalém (Morris 1986, p.190).

Tomando essa ocorrência por base, fica evidente a necessidade de a igreja assistir os necessitados com as ofertas (e não dízimos!) que recebe. Nada na passagem sugere a prática do dízimo, na época, já obsoleta.

Kistemaker (2004, p.822) ainda destaca que:

A igreja de Jerusalém supervisionava as igrejas que Paulo fundou (Atos 15.4; 18.22; 21.17-19). Contudo, não temos nenhuma prova bíblica de que essa igreja cobrasse taxas dos cristãos gentios, como os sacerdotes de Jerusalém exigiam a taxa anual do templo, que os judeus em Israel e na dispersão tinham de pagar. Ao contrário, Paulo ensinava aos crentes gentios que eles deveriam compartilhar bênçãos materiais alegremente com os cristãos de Jerusalém, porque os santos de Jerusalém haviam compartilhado com eles bênçãos espirituais (Romanos 15.26,27). Deveriam saber que estavam em dívida para com a igreja em Jerusalém. Paulo queria que eles fossem doadores alegres que, generosamente, sem relutância ou coerção, dessem suas ofertas para sustento dos pobres (2 Coríntios 9.7). A igreja é obrigada a cuidar dos necessitados (Tiago 2.15,16; 1 João 3.17

É certo que, como igreja, o povo de Deus é sensível às necessidades alheias. Os crentes, que devem ser piedosos, não conseguem não ajudar os mais carecidos. Tal cuidado é resultado da compreensão da graça divina (compreensão ensinada por Paulo e vista nos cristãos da Macedônia), sem a qual o que tem condição de ajudar não a teria. Os redimidos pelo sangue do Cordeiro não procuram se limitar a uma porcentagem específica (a exemplo dos próprios macedônios), pois eles reconhecem que o Senhor Jesus não ofereceu menos do que tudo. É por essa razão que todo cristão verdadeiro deve dar tudo quanto for possível dar com alegria (2 Coríntios 9.7).

O Novo Testamento não menciona dar o dízimo em comunidades cristãs. Nenhum percentual é citado em lugar algum, porque o Senhor quer que seu povo lhe mostre seu amor e fidelidade. Dar precisa ser um ato de alegre gratidão a Ele […] nossa oferta precisa estar livre de regras mecânicas ou obrigatórias. Ao contrário, deve ser caracterizada pela generosidade que emana de nossa alegria no Senhor. Foi assim que os cristãos da Macedônia demonstraram seu amor: dando mais do que podiam dar. Entenda, “O ato feito por imposição financeira da lei é pequeno se comparado à intenção do coração de homens e mulheres justificados mediante a fé.” A graça motiva o cristão a ser gracioso, a não se prender a lei. A graça motiva o cristão a dar tudo quanto alegremente possa dar”.

Há indícios históricos de que o dízimo deixou de ser um pagamento obrigatório com o fim da Antiga Aliança na maioria absoluta das Igrejas [antigas]. Irineu, Orígenes, Justino Mártir, Tertuliano, Cipriano, João Crisóstomo e outros cristãos dos séculos II ao V – cujos registros compõem a história da Igreja – nos falam somente de contribuições voluntárias na comunhão dos santos.

Se as primeiras igrejas gentílicas não dizimavam por reconhecerem que essa era uma prática inerente aos judeus, porque ensinar, e até coagir, em pleno século XXI, homens e mulheres sem orientação a fazê-lo? Essa questão deve ser dirigida a todo líder propagador da necessidade de dízimo na igreja moderna.

 

Mas se não dizimar serei amaldiçoado e não prosperarei e irei para o inferno?

 

 

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.”
Malaquias 3:8-11

 

Observamos este texto das escrituras sagradas, onde muitos lideres ensinam que se não dizimar irá para o inferno. Isso mesmo, pois estaria roubando a Deus. Além disso, sobrevirá uma maldição, aquela mesma posta sobre o Egito e a pessoa não será prospera.

 

Vamos aos fatos:

 

A Salvação se alcança mediante a graça imaculada oferecida por intermédio de Jesus Cristo. Isso é gratuito e não é através do dizimo, e sim por crer em Jesus Cristo e obedecer a sua palavra, perseverando na sua doutrina ate o fim. Isso é fé.

 “Mas antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” Gálatas 3:23-26.

Em relação à maldição por não dizimar, a palavra de Deus diz que cristo se fez maldito por nós , nos libertando de toda maldição (João 3:13/17). “Pregamos Cristo crucificado. Para alguns é escândalo, para outros é loucura; mas, para nós, Cristo crucificado é o poder de Deus” ( I Coríntios 1,23-24).

Por isso, até o dia de hoje pregarmos a mensagem da cruz, o Cristo crucificado e ressurreto! A cruz é símbolo, no sentido mais sagrado da palavra, é um sacramental que representa, justamente, o poder sagrado do Cristo que nos liberta do poder da morte, do pecado e de toda a escravidão. A cruz é símbolo dos libertos, dos salvos e redimidos em cristo Jesus!

Também posso afirmar, que é errado ensinar que se não dizimar, a prosperidade não vira.  Olha o que a bíblia nos diz: A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção” Salmos 3:8.

“A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores.” Provérbios 10:22. Este versículo nos fala sobre as bênçãos de Deus: honra, prosperidade, exaltação, bens, paz, longevidade, riqueza etc.

Tudo isso explica que o que esta escrito em Malaquias 3, se dá para os Judeus e não para os Gentios que vivem pela fé em Cristo Jesus. Se a pessoa querer dizimar , que seja um ató de fé e voluntario, para ajudar a manutenção da igreja e sua obra missionaria, mas não podemos colocar isso como um ato obrigatório da igreja de Cristo!


Pr.Clayton Tomaz

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