O ANEL DO PROFESSOR
Mas
ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao
que a formou: Porque me fizestes assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro
para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? ( Romanos
9-20/21)
– Professor, eu me
sinto um inútil. Não tenho força alguma. Dizem-me que não sirvo para nada… que
sou lerdo… um completo idiota. Ajude-me, por favor.
O professor, sem olhá-lo, disse-lhe:
– Sinto muito, meu jovem. Você me pegou
num dia ruim. Estou tentando resolver um sério problema. Volte outra hora, por
favor.
Quando o jovem já ia saindo, o
professor lhe propôs:
– Bem, se você me ajudasse, eu poderia
resolver o meu problema mais rápido, daí a gente poderia conversar…
– C… Claro, professor, gaguejou o
jovem, bastante inseguro.
O professor tirou um anel que usava no
dedo pequeno e disse ao garoto:
– Monte meu cavalo e vá até o mercado
vender este anel. Preciso pagar uma dívida, mas, por favor, não o venda por
menos que uma moeda de ouro. Vá correndo e volte o mais rápido que puder.
Mal chegou ao mercado, o jovem começou
a oferecê-lo a todos que encontrava. Eles olhavam com algum interesse, mas,
quando o jovem dizia quanto pretendia pelo anel, eles riam, volviam-lhe as
costas, ignoravam-no. Somente um velhinho, vendo o sofrimento do rapaz, foi
simpático com ele, e lhe explicou que uma moeda de ouro era muito dinheiro por
aquele anel.
Um outro, tentando ajudar, chegou a
oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem, seguindo as
orientações do seu professor, recusou a oferta.
Abatido pelo fracasso, montou novamente
o cavalo e, muito triste, voltou para a casa do professor. Chegou mesmo a
desejar ter uma moeda de ouro e comprar aquele anel, mesmo que não valesse
tanto, somente para ajudar seu mestre.
Ao entrar na casa, relatou: –
Professor, sinto muito, não consegui vender o anel. É impossível conseguir o
que o senhor está pedindo por ele. Talvez eu possa conseguir 2 ou 3 moedas de
prata, mas, não mais que isso. Não podemos enganar ninguém sobre o valor deste
anel.
– Você tem razão, meu amigo. Antes de
tentar vender o anel, deveríamos, primeiro, saber seu real valor. Não queremos
enganar ninguém, nem ser enganado, não é mesmo? Por favor, faça-me mais uma
coisa: Monte novamente o cavalo e vá até o joalheiro; quem melhor do que ele para
saber o valor deste anel? Diga-lhe que eu quero vendê-lo e pergunte quanto ele
pode ofertar, mas, atenção meu amigo, não importa o quanto ele ofereça, não
venda o anel ao joalheiro. Apenas pergunte o valor do anel e o traga de volta.
Ainda tentando ajudar seu professor, o
jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro, então,
lhe disse: – Diga ao professor que, se ele tem pressa em vender o anel,
não posso lhe dar mais do que 8 moedas de ouro…
– 8????? – Perguntou o jovem.
– Sim, replicou o joalheiro, posso
chegar a lhe oferecer até 10 moedas, mas, só se ele não tiver pressa.
O jovem, emocionado, correu até a casa
do professor e contou-lhe tudo. – 8 moedas de ouro, uau! – exclamou o
professor, e rindo, zombou: – Aqueles homens no mercado deixaram de fazer
um bom negócio, não é mesmo? – Sim, professor, concordou o menino, todo
empolgado.
– Então, professor, perguntou o menino,
o senhor vai vender o anel por 8 ou por 10 moedas? – Não vou vendê-lo,
respondeu ele, fiz isso apenas para que você entenda uma coisa:
– Você, meu jovem, é como esse anel:
uma jóia valiosa e única. Mas, somente pessoas sábias podem avaliar seu real
valor. Ou você pensava que qualquer um poderia avaliá-lo corretamente? Não! Não
importa o que digam de você, o que importa é o seu real valor.
E, dizendo isso, colocou seu anel de
volta no dedo.
– Todos nós somos como esta joia, únicos e valiosos; infelizmente, passamos a vida andando por todos os mercados da vida, barateando nosso próprio valor, pretendendo que pessoas mal preparadas nos valorizem. Ninguém deveria ter a força de nos fazer sentir inferior, sem o nosso consentimento. Cada um de nós é especial, pois foi Deus que nos fez.
“Não se julguem melhores do que realmente
são. Ao contrário, sejam modestos nos seus pensamentos, e cada um julgue a si
mesmo conforme a fé que Deus lhe deu”. Romanos 12.3
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes
dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado”
( 1 Pedro 1 . 18,19 )
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